Que barato que nada...

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Que barato que nada...

André Belchior - Educação Corporativa
Publicado por André Belchior em Vendas · 5 Fevereiro 2021
Tags: automóvelpreçovalormundomercadoincentivotributos
Nem o carro mais barato do mundo teria preço tão atrativo no Brasil. Os impostos e todos os trâmites para que o Nano, carro da montadora indiana Tata Motors, chegasse ao Brasil, faria com que seu valor comercial fosse o triplo do seu valor de origem. Além do seguro e frete, necessários para os procedimentos de importação, o carro teria um acréscimo inicial de 35% a título de imposto sobre importação. Além disso, os tributos locais de IPI, Cofins, ICMS e PIS, seriam responsáveis por aproximadamente 55% do valor de venda do veículo. O carro que custará 2,5 mil dólares chegaria ao Brasil por aproximadamente 14 mil reais. O estudo do cálculo foi feito pela Associação Brasileira das Importadoras de Veículos Automotores (ABEIVA). Se consideramos que o carro mais barato que temos, o Fiat Uno custa quase 23 mil reais, poderíamos dizer que esse projeto vale a pena. Mas se pararmos para pensar nas alíquotas e tributos inseridos sobre o produtos, concluímos que uma reforma tributária seria um sonho para os brasileiros. É um absurdo o que pagamos de impostos nesse país. Por melhores que sejam os projetos e os incentivos para popularizar internacionalmente um veículo de transporte, no Brasil, ainda assim, haveria dificuldades. Como será que as autoridades lêem uma notícia como essa. Como brasileiro, tenho vergonha de algumas estatísticas e dados econômicos. Não sabemos se esse projeto teria sucesso aqui no Brasil. Tenho minhas dúvidas!! Caminhamos para uma sociedade moderna e exigente que tem herdado os preceitos das principais economias do mundo quando o assunto é carro. Apesar da Índia fazer parte dos países que mais crescem atualmente no mundo, o chamado bloco Bric (formado por Brasil, Rússia, Índia e China), sua população é muito grande, ultrapassando 1 bilhão de pessoas, e a frota de veículos é muito inferior. Os indianos, mesmos nas suas principais cidades, utilizam-se muito de triciclos e bicicletas. Portanto, as exigências dos indianos não são as mesmas dos brasileiros. Nossa cultura já está acostumada com carros com tecnologias mais modernas e motores mais potentes. Além do atrativo de preço teria que haver algum outro incentivo para que essa onda do carro mais barato do mundo funcionasse no Brasil. O baixo consumo seria uma boa opção. No entanto, segundo informações técnicas sobre o produto, o Nano terá consumo aproximado de 20 km por litro de gasolina. Esse consumo não é nenhum atrativo para os padrões de carros ditos "populares" no Brasil. Além disso, o preço também não chegaria ao consumidor tão interessante como é na Índia. No momento, a montadora indiana não tem planos de exportar o carro, pois há uma demanda absurda a ser explorada no mercado interno. Mas caso isso venha acontecer no futuro, espero que as autoridades brasileiras “caiam” na real e tragam esse projeto para o Brasil mantendo suas origens comerciais. Talvez caiba uma isenção de algum dos muitos impostos praticados aqui no país e a população de baixa renda possa ter oportunidade de adquirir um carro sem ter que entrar nos intermináveis financiamentos.

André Belchior Torres é graduado e mestre em Administração. Possui pós-graduação em Gestão do Ensino Superior, MBA em Marketing e Vendas, Estudos Continuados em Business Management nos Estados Unidos pela CUNY – City University of New Atua como diretor executivo no setor de educação superior, é professor universitário, consultor em gestão empresarial, escritor e palestrante. Em mais de 20 anos de carreira, possui sólida experiência como executivo em empresas do setor automotivo e educacional. Atuou como consultor internacional da PricewaterhouseCoopers, em empresas nacionais e multinacionais. Autor de livros e artigos nas áreas de liderança, negócios, marketing e vendas.



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