Os 5 “C”s da relação entre líder e liderado

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Os 5 “C”s da relação entre líder e liderado

André Belchior - Educação Corporativa
Muitas organizações sofrem por não conseguir uma sinergia adequada entre as linhas hierárquicas de pessoas, resultando em queda de performance e falta de entusiasmo profissional.

Na maioria das vezes as narrativas desse relacionamento se escondem na busca incessante por resultados, na falta de tempo, no discurso da agilidade e na necessidade da eficiência operacional. Isso deixa de lado o sentido genuíno das relações hierárquicas e oculta a importância de exercer uma relação legítima, sadia e duradoura, onde a máxima que diz “caminhando juntos chegamos mais longe” não seja apenas um jargão corporativo compartilhado em redes sociais.

A verdade é que algumas características recíprocas nas relações entre líderes e liderados dentro de uma organização são fundamentais para o sucesso dos profissionais e, consequentemente, dos negócios.

Apesar de não existir uma fórmula mágica, meu conselho é que o exercício dessas cinco características, que chamo aqui de os 5 Cs nas relações corporativas, é um passo grande em direção a alcançar fortes lideranças e ao desenvolvimento de grandes profissionais através de relacionamentos efetivos. Vamos a elas:

O primeiro “C” é uma referência a Competência. Certamente muitos dos que lerão esse artigo dirá que essa é a característica mais importante, pois através dela os resultados são obtidos. Eu discordo completamente! Não que competência não seja importante, certamente o é, mas na hierarquia dos “5 Cs”, talvez seja a menos importante. Isso porque Competência é exigência mínima para quem quer ter prosperidade profissional. Quando somos alçados em um desafio profissional, parte-se de um princípio que temos competência necessária para assumir essa responsabilidade. Com o passar do tempo, a experiência nos aperfeiçoa e nos tornamos cada vez mais competentes naquela responsabilidade.

O segundo “C” em questão é a Cumplicidade. Não importa o modelo de negócio, o organograma organizacional, se o reporte é direto, se a relação é matricial, circular, por projetos, horizontal ou vertical, despertar e exercitar a cumplicidade nessa relação entre liderança e liderado resultará em um trabalho integrado e unido. Cumplicidade é sinônimo de parceria, de alguém que está ao lado para apoiar, auxiliar e contribuir para um objetivo maior. Não é esconder fragilidades, mas atuar como co-autor no tratamento dessas fragilidades.

O terceiro “C” enfatiza o Compromisso. É uma forma de assumir obrigações e responsabilidades com uma meta ou um objetivo. O comprometimento das partes é um elo que fortalece as relações. O compromisso é um pacto entre líder e liderado de que, aconteça o que acontecer, nos momentos de ganhos ou de perdas, as partes estarão juntas para encontrar soluções. Compromisso com prazos, com entregas, com indicadores, com resultados, com processos e com pessoas devem ser assumidos nas relações hierárquicas em uma organização.

O quarto “C” destaca a Confiança. Em ditos populares, confiar em alguém é “assinar um cheque em branco” e colocar nas mãos de uma pessoa que confia. Não deixa de ser isso! A relação de confiança é imprescindível para alcançar resultados expressivos. Confiar dores, ideias e decisões, muitas vezes contrárias a maioria, é um exercício que deve fazer parte das relações entre líderes e liderados. A confiança é uma probidade moral, ética, integra, reta e honesta que se conquista nas relações. Através dela, nasce uma relação de segurança mútua entre as partes envolvidas. Portanto, não há como avançar em uma relação profissional se não há confiança entre os níveis hierárquicos.

Finalmente, o quinto “C” dessa análise, trata de uma característica relevante que divide águas em uma organização, o Comportamento. Vejam que há uma relação direta entre Competência e Compromisso quando o assunto é permanência numa organização. Talvez você já deve ter ouvido falar que as empresas contratam por competência e demitem por comportamento. Já presenciei profissionais extremamente competentes serem descartados por falta de comportamento adequado. A língua exagerada é sempre inimiga do bom comportamento. Numa organização não basta ser bom, ser honesto, ser ético. É preciso ser reconhecido como tal. Levamos anos para juntar tijolo por tijolo e construir a nossa imagem, que pode ser desmoronada em minutos por uma atitude falha no nosso comportamento. Sendo assim, é justo afirmar que o comportamento rege os outros “Cs” dessa análise e deve ser a característica mais vigiada nas relações organizacionais.

André Belchior Torres é Diretor Executivo no setor de educação superior, Professor Universitário, Consultor em Gestão Empresarial, Escritor e Palestrante. Graduado e mestre em Administração. Possui pós-graduação em Gestão do Ensino Superior, MBA em Marketing e Vendas, Estudos Continuados em Business Management nos Estados Unidos pela CUNY – City University of New York (Baruch College). Em mais de 20 anos de carreira, possui sólida experiência como executivo em empresas do setor automotivo e educacional, atuando também como consultor internacional da PwC Brasil, em empresas nacionais e multinacionais. Também autor de livros e artigos nas áreas de liderança, negócios, marketing e vendas.



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